A competitividade no mercado internacional de carne bovina

A atividade da agropecuária no Brasil mantém a hegemonia em relação à comercialização realizada em outros países, uma vez que possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, perdendo em quantidade somente para a Índia. No entanto, os indianos não chegam a ser concorrentes diretos, pois não comercializam a carne bovina por questões religiosas e culturais.

Assim, o Brasil ainda é o dono do título de maior rebanho comercial do mundo. De fato, a agropecuária brasileira é reconhecida mundialmente por seus números de exportação: 20% de toda a produção brasileira é destinada ao comércio internacional. Pode-se afirmar que o nosso país possui uma economia bastante estável e em crescimento nesse setor.  Contudo, há outras nações que estão de olho nessa fatia do comércio e vêm investindo pesado para conquistar o mercado asiático, podendo deixar o Brasil para trás.

Os principais concorrentes do Brasil na comercialização da carne são os EUA. Os americanos possuem como produto de exportação a carne bovina de alta qualidade e são considerados os principais exportadores de carne bovina. Atrás deles, o Brasil também tem como concorrentes diretos a Austrália, o Uruguai e a Argentina, que também ficam com boa parte desse mercado.

Nosso país possui uma relativa estabilidade no que se refere à exportação de carne bovina. Isso se deve ao fato de mantermos um menor custo de produção do produto nacional em relação aos nossos maiores concorrentes, como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Uruguai e Argentina. Também possuímos a nosso favor uma longa tradição de comercialização de carnes de qualidade. No entanto, algumas negociações ficaram estremecidas no último ano por conta das delações envolvendo o nome de grandes produtores e exportadores de carne, o que colocou em dúvida as condições sanitárias da produção nacional.

Um exemplo que pode ser destacado se refere às relações estabelecidas com a China, nosso maior comprador, que após os escândalos prometeu examinar mais de perto a carne bovina produzida no Brasil. Num cenário de competitividade tão acirrado, é muito importante que o produtor brasileiro passe a investir na melhoria de sua produção, se não quiser ficar para trás no ranking conquistado. As maiores exigências dos compradores se referem à qualidade da carne e ao controle sanitário da produção, entre outros investimentos solicitados.

Outros países investem constantemente em melhorias para tentar alcançar esses patamares, e o Brasil precisa incrementar sua produtividade com uma melhor segurança alimentar e sanitária, a fim de conquistar certificações de processos e de qualidade. Igualmente, os produtores nacionais precisam implementar melhores meios de rastreabilidade de rebanho desde a sua origem na fazenda até o abate.

A alimentação das reses também está na mira dos compradores: eles passaram a exigir que não sejam colocados aditivos para a alimentação animal e nem promotores de crescimento. São estas requisições que encaminham o mercado brasileiro cada vez mais para uma produção sustentável e com responsabilidade ambiental.

Todos esses esforços são investimentos já existentes em outros países produtores, portanto, precisam aparecer em maior evidência por aqui.  O mercado de exportação está se tornando cada vez mais seletivo e exigente, e quem não se adaptar vai perder espaço. É vital que nossos pecuaristas estejam atentos busquem soluções de aprimoramento com amparo em novas tecnologias e novas formas de produção.