Aumenta a presença feminina no agronegócio

O agronegócio sempre foi conhecido como um campo de atuação majoritariamente masculino. De fato, as responsabilidades para com as lidas do campo eram vistas como atividades passadas de pai para filho. Neste cenário, as mulheres ajudavam apenas com os trabalhos mais leves e faziam o acompanhamento pouco participativo, sem influenciar em decisões estratégicas. No entanto, o panorama está mudando e a presença das mulheres no setor cresce a cada dia.

O perfil empreendedor feminino no agronegócio é diferenciado em diversos aspectos, conforme mostra um estudo conduzido pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio. As mulheres que estão assumindo lideranças se apresentam mais abertas às inovações, são mais participativas e possuem um traço colaborativo bastante evidenciado. A maioria, cerca de 35%, tem curso superior completo, além de formações continuadas em gestão e administração empresarial.

Apesar do preconceito, ainda existente, a respeito da atuação do público feminino no setor, as mulheres podem trazer mudanças significativas na área, uma vez que a maneira de realizar a gestão e as táticas de negociação aplicadas são diferentes. Segundo a pesquisa, elas conduzem os negócios de forma agregadora, pensando principalmente na inclusão familiar e na troca de experiências, sendo mais participativas em sindicatos e cooperativas, assumindo, inclusive, papéis de liderança nessas associações. A pesquisa da Abag revelou que 83% das entrevistadas participam ativamente dessas associações. Essas mudanças são importantes, pois permitem que as mulheres que não só ascendam financeiramente, como também demonstrem competência e façam uma grande contribuição para a economia do país.

O fato das mulheres conquistarem espaço no setor do agronegócio não anula, de nenhuma forma, a presença masculina, mas, certamente representa um equilíbrio no ramo. Essa nova tendência no gerenciamento dos negócios aponta a necessidade da sucessão familiar de uma empresa rural ser pensada visando incluir as mulheres. Para isso, é necessário que os homens gestores deixem o papel conservador de lado e compartilhem informações com toda a família, enxergando nas mulheres essa possibilidade.

As mulheres demonstram também mais interesse na busca por inovações tecnológicas como máquinas, softwares, aplicativos e especializações para modernizar o trabalho no campo. O futuro é unir homens, mulheres e tecnologia, pois certamente, juntos, é possível chegar mais longe.