Cooperativismo para superar os desafios do agronegócio

O Brasil tem enfrentado grandes desafios no setor do agronegócio nos últimos tempos. De fato, a crise financeira, a competitividade dos mercados e a crescente modernização de grandes produtoras são fatores de desestabilização para o pequeno e médio produtor. Com base nesse cenário, para se manter competitivo, a alternativa é apostar em estratégias diferenciadas.

As cooperativas têm um papel importante na elaboração de soluções coletivas aos desafios enfrentados. Muitas vezes, a união pode trazer ganhos para todos, uma vez que prosperar se torna mais fácil quando se pode contar com uma rede de pessoas que estão em busca dos mesmos objetivos e possuem negócios com características semelhantes.

O cooperativismo sempre foi uma moeda forte de negócios, pois pode melhorar a distribuição de renda na zona rural, fortalecer o senso de comunidade, agregar valor aos produtos e aumentar o poder de barganha do produtor em mercados competitivos. No entanto, os desafios do cooperativismo também precisam ser enfrentados. Para que uma entidade funcione, é essencial uma gestão profissional, equilibrada e democrática, que compreenda a necessidade de estabilidade entre os aspectos econômicos e sociais.

Para que se possa denominar um grupo de produtores como cooperativa, se faz necessária a participação de, no mínimo, 20 pessoas voluntárias que representem a mesma atividade. As cooperativas, uma vez formadas, podem contar com o apoio de órgãos públicos que os representam em uma cadeia ainda maior de associados. Conheça de uma forma mais específica quais são os princípios que regem as cooperativas:

Voluntariado
 A adesão às cooperativas respeita a liberdade de seus integrantes. Se torna livre a entrada ou saída dessas associações de acordo com a vontade individual de cada participante.

Neutralidade social, política, religiosa e racial

Todas as cooperativas devem seguir princípios éticos de respeito a liberdade política e religiosa dos participantes, bem como conferir tratamento igualitário a qualquer um dos seus cooperados. Os cooperados não podem sofrer nenhum tipo de discriminação por aderir a qualquer movimento social legalmente existente.

Democracia
As cooperativas trabalham com o direito individual ao voto, sendo respeitadas as decisões majoritárias. O voto não tem qualquer relação com a participação no capital social investido pelo cooperado.

Distribuição proporcional

Se ao final de um trabalho anual, o balanço indicar sobras de rendimentos, esses valores ficam à disposição da Assembleia Geral, que decidirá sobre o destino desses valores. Os cooperados podem se manifestar a respeito da correta distribuição desses valores. A cooperativa é um a iniciativa que não pode visar lucros próprios, e deve sempre trabalhar em prol do benefício de todos.

Autonomia e independência

É vetada a participação ou interferência governamental sobre as cooperativas, desse modo há a possibilidade de as cooperativas entrarem em acordos e negociações com órgãos públicos, porém mantendo a autonomia democrática dos membros.

Responsabilidade social

As cooperativas devem zelar pelo bem-estar de seus membros, do ambiente e comunidade em que estão inseridas.

 

Além de todos esses princípios que regem as organizações cooperativas, é preciso compreender também que tipo de vantagens podem trazer. Evidentemente, a soma de forças pode ser muito mais poderosa do que a luta individual de um produtor. Como são entidades que possuem maior poder de negociação e acesso aos recursos, as cooperativas são possibilidades de crescimento também no que se refere à inovação e competitividade. Confira algumas vantagens:

  1. Assessoria técnica

As cooperativas possuem uma equipe de técnicos, que podem oferecer suporte aos produtores, no desenvolvimento de suas atividades.

  1. Indicação de serviços e produtos

Informações e listas de prestadores de serviços confiáveis e de produtos agropecuários.

  1.  Conhecimento e benefícios ao trabalhador

Os trabalhadores podem usufruir de descontos e promoções das empresas parceiras e também ter mais conhecimento sobre os direitos e benefícios previstos em lei.

  1. Troca de experiências

O contato com outros produtores possibilita o aprendizado constante por meio da troca de experiências.

 

A adesão às cooperativas pode ser uma saída inteligente em tempos de crise e significar a possibilidade de crescimento coletivo de toda a cadeia de produção. É preciso encontrar soluções para se manter em um mercado que sofre tantas variáveis econômicas e, certamente nesse cenário, a união faz a força.